segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Eu não tenho mais tempo

Pequeno me sentia, fraco estava. Eu era uma criança aventureira e tinha a vida como uma grande montanha russa, mesmo que sempre vivendo nas partes mais baixas e doloridas dela. Eu Tinha em uma bicicleta a única razão de liberdade e vontade de viver. Saía pelas ruas do bairro lá pelo fim da tarde e as explorava como um grande oceano. Olhava as estrelas e perseguia as maiores. Ali naquele momento não havia dor e nem medo por mais que eu poderia apanhar caso minha mãe viesse a descobrir que eu estava longe da rua da minha vó (onde eu falava que estava). Naquele momento eu era apenas um grande capitão que apenas pedalava, eu mandava e desmandava. Não havia baú a descobrir, só tinha sonhos e um desejo enorme de liberdade e vontade de viver. 

O tempo foi passando e o grande capitão aqui cresceu. Eu já não tenho mais a bicicleta que me acompanhava, e minha vó já não vive mais. Acabei de descobrir que devo continuar a navegar por outros lugares, por mais que me doa recordar dos últimos que já passei. Eu sei que devo seguir. Mesmo que as vezes eu me senta perdido e sozinho em meio a imensidão de tudo, não posso parar, não agora.


Me desculpe, mas eu não tenho mais tempo. Cansei de esperar, as coisas não se resolvem sozinhas. Há muito tempo estive caminhando ou navegando por linhas (mares ou estradas) errôneas que não me ligava  a lugar algum, mas agora começo à as recriar e já posso sentir a mudança com isso. Mais uma vez eu repito que não tenho mais tempo. Aquele menino, o pequeno capitão está aqui batendo na porta e cobrando todas as promessas e lições que ficaram perdidas. 

Eu quero resgatar novamente aquele menino que saía pedalando por aí (talvez eu até compre uma bicicleta), quero voltar a ter controle sobre mim, não que eu não tenha, mas ainda não é o suficiente. Quero aproveitar o tempo que talvez eu não tenha mais. Quero ser mais forte, honesto comigo mesmo. Quero sonhar e poder cumprir. Quero poder alcançar a maior estrela ou ser a maior estrela. Quero deixar o medo, quero deixar as lembranças ruins, quero me amar. Quem foi que disse que querer não é poder? Eu só quero deixar claro que se eu quero, eu posso. E que se eu quero eu vou fazer.

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